A criopreservação de espermatozoides é uma forma de preservação da fertilidade masculina.
Esta técnica pode ser utilizada em situações de doença oncológica ou não oncológica que possam afetar a fertilidade futura. Pode ser útil também em casos de pacientes que se encontram em tratamentos de Procriação Medicamente Assistida, mas que terão de se ausentar ou em casos de dificuldade de obtenção de colheita de ejaculado.
Após colheita de uma amostra de ejaculado, esta é observada e processada em laboratório. A amostra obtida é criopreservada em palhetas e armazenada para uso futuro.
Os espermatozoides são produzidos continuamente produzidos nos testículos a partir da puberdade. Estas células atingem o exterior do sistema reprodutor masculino, juntamente com o líquido seminal, através da ejaculação. A sobrevivência destas células fora do organismo é de algumas horas. No entanto, a criopreservação de espermatozoides permite a preservação destas células para uso futuro.
Para a realização deste procedimento, são utilizados meios de criopreservação com agentes crioprotectores que protegem os espermatozoides e lhes permite resistir às baixas temperaturas a que serão sujeitos.
A criopreservação de espermatozoides está indicada numa variedade de situações, nomeadamente:
Antes do procedimento de criopreservação de espermatozoides, será necessário realizar análises ao sangue de forma a despistar infeções víricas. Será também necessário a assinatura do Consentimento Informado específico para criopreservação de espermatozoides.
O procedimento de criopreservação de espermatozoides deverá ser agendado. No dia da marcação deverá realizar uma colheita de ejaculado por masturbação. A colheita pode ser realizada nas instalações da clínica ou no domicílio e entregue na clínica pelo próprio. Em geral, é aconselhada 2 a 3 dias de abstinência sexual antes do procedimento
A colheita de ejaculado é observada e processada em laboratório. São utilizados meios específicos para criopreservação de espermatozoides com agentes crioprotetores que protegem os espermatozoides das temperaturas extremamente baixas a que serão sujeitos. A amostra processada é criopreservada em dispositivos designados por palhetas, que serão armazenadas em contentores de azoto líquido (-196oC). Cada palheta poderá ser utilizada para um ciclo de tratamento de Procriação Medicamente Assistida.
Após observação e processamento da amostra, a equipa laboratorial define quantas palhetas serão criopreservadas daquela amostra, de forma a potenciar as probabilidades de sucesso num tratamento de PMA futuro.
Mediante os resultados da criopreservação, poderá ser sugerido fazer mais do que uma colheita para criopreservação.
Segundo a atual Lei Portuguesa, os espermatozoides podem permanecer criopreservados por um período de 5 anos, findo o qual o paciente terá de assinar novo consentimento para manutenção da criopreservação por um novo período de 5 anos.
Se não for de sua vontade utilizar os espermatozoides que tem criopreservados, poderá consentir na sua doação a outros beneficiários de tratamentos de Procriação Medicamente Assistida ou na doação para projetos de investigação científica. Se não consentir em nenhum destes destinos, os espermatozoides serão descongelados e eliminados.
É expectável que alguns espermatozoides não resistam ao processo de criopreservação e descongelação. A perda dessas células é tanto mais negligenciável quanto melhor for a qualidade da amostra.
As amostras de espermatozoides criopreservados podem ser utilizados em ciclos de Inseminação Intrauterina, Fertilização In Vitro (FIV) ou Microinjeção Intracitoplasmática de Espermatozoide (ICSI) mediante a qualidade da amostra e a avaliação clínica do casal.
Em nenhum dos tratamentos de PMA é possível garantir uma gravidez, mas o sucesso das técnicas de PMA é semelhante quer sejam utilizados espermatozoides a fresco ou criopreservados.
Poderá consultar o preçário do CETI aqui.