O espermograma – análise do esperma – é o primeiro exame complementar de diagnóstico necessário para avaliar o potencial fértil masculino. Trata-se de um exame de simples execução, mas que deve obedecer a algumas regras básicas de colheita e avaliação, de forma a ser credível e validado de forma adequada e fiável.
Portanto, para uma correta interpretação, é essencial que todo o trabalho laboratorial seja padronizado de acordo com os valores de referência. Há um consenso de que a análise atual do esperma deve seguir guias de orientação internacionalmente definidas pela Organização Mundial de Saúde.
O espermograma, para além de englobar a verificação de várias componentes do esperma a nível qualitativo e quantitativo, permite ainda a execução de testes adicionais de maior complexidade.
O espermograma – análise do esperma – é o primeiro exame complementar de diagnóstico necessário para avaliar o potencial fértil masculino. Trata-se de um exame de simples execução, em que se obtém esperma ejaculado em ato de masturbação, e que será posteriormente processado em laboratório certificado a fim de avaliar determinados parâmetros que nos vão permitir valorizar o potencial fértil bem como anomalias gerais e específicas na produção dos espermatozoides.
Os principais parâmetros a avaliar são a concentração de espermatozoides, bem como a sua motilidade e morfologia. São ainda avaliados o volume total do ejaculado, o pH, a viscosidade, a cor e o tempo de liquefação. É fundamental que todo o processamento laboratorial do esperma obtido seja padronizado de acordo com os valores de referência, sendo que a avaliação deve ser efetuada até 30 minutos após a ejaculação.
A análise atual do esperma deve seguir guias de orientação internacionalmente definidas pela Organização Mundial de Saúde. Os valores considerados como referência são:
É fundamental lembrar que estamos a falar de valores de referência e não devem ser interpretados como fonte de diagnóstico claro e definitivo, mas sim como uma forma de orientação diagnóstica e terapêutica. Dito de outa maneira, existem várias situações de infertilidade masculina em que todos estes parâmetros estão normais, bem como outras situações de paternidade comprovada em que pode haver uma ou mais alterações de cada um destes parâmetros seminais avaliados.
O espermograma permite ainda em situações específicas e de acordo com indicações muito claras e variáveis de homem para homem, a avaliação de outos parâmetros seminais, nomeadamente a presença de leucócitos para detetar situações de infeção da via seminal, doseamentos de algumas substâncias derivadas da próstata e vesículas seminais, presentes no ejaculado e responsáveis pela melhor ou pior qualidade do mesmo, bem como avaliar a taxa de fragmentação do DNA dos espermatozoides, sendo este último parâmetro hoje internacionalmente reconhecido como fundamental para uma boa eficácia na fertilização do ovócito.
O objetivo de fazer um espermograma é avaliar o potencial fértil do homem. Este exame está incluído no contexto da avaliação do casal infértil.
Pela análise dos parâmetros avaliados (e juntamente com outros exames complementares de diagnóstico), este exame possibilita uma abordagem do aparelho reprodutor masculino, permitindo escolher a melhor abordagem terapêutica a fim de permitir uma gravidez natural, e de acordo com o potencial reprodutivo da mulher.
Da mesma forma, o espermograma vai ainda em situações mais específicas facilitar a tomada de decisões para a melhor técnica de reprodução medicamente assistida a utilizar, seja ela uma inseminação artificial (IA) ou uma fertilização in vitro (FIV) recorrendo ou não à metodologia da injeção intracitoplasmática do espermatozoide (ICSI).
O espermograma está absolutamente indicado em todas as situações de infertilidade conjugal.
A infertilidade é definida pela incapacidade de um casal sexualmente ativo e sem qualquer tipo de contraceção, de alcançar uma gravidez espontânea dentro de 1 ano. A infertilidade primária refere-se a casais que nunca tiveram filhos e não conseguem engravidar após pelo menos 12 meses consecutivos de relações sexuais sem o uso de métodos anticoncecionais. A infertilidade secundária refere-se a casais inférteis que conseguiram engravidar pelo menos uma vez antes (com o mesmo ou outro parceiro sexual).
Cerca de 15% dos casais não engravidam em 1 ano e procuram tratamento médico para infertilidade. Um em cada oito casais encontra problemas ao tentar conceber um primeiro filho e um em cada seis ao tentar conceber um filho subsequente.
Em 50% dos casais sem filhos, um fator associado à infertilidade masculina é encontrado, geralmente junto com parâmetros anormais do esperma. Por isso, em todos os casais inférteis, o homem deve ser avaliado por um urologista especializado em reprodução masculina (diferenciação em andrologia), sendo o espermograma o meio de diagnóstico laboratorial inicialmente recomendado.
O espermograma está ainda indicado em todos os homens que recorrem à vasectomia bilateral como método contracetivo definitivo. Após o procedimento, deve ser mantida uma atividade ejaculatória regular e fazer um espermograma ao fim de cerca de 3 meses. O resultado deverá indicar a ausência completa de espermatozoides no ejaculado (azoospermia) atestando o sucesso da intervenção e permitindo relações sexuais desprotegidas.
Existem outras situações, nomeadamente do foro oncológico em que o espermograma é imprescindível. Quando há necessidade de tratamentos em que é necessária a remoção cirúrgica de um testículo assim como tratamentos de radioterapia e/ou quimioterapia, a criopreservação do esperma para futura paternidade é fundamental, dada a possibilidade de lesões irreversíveis na produção de espermatozoides causadas por este tipo de tratamentos.
Assim, é fundamental verificar os parâmetros espermáticos a fim de validar a possibilidade de criopreservar espermatozoides de qualidade antes da realização deste tipo de tratamentos.
Fundamentalmente, é necessária uma amostra que permita uma correta avaliação laboratorial. Deve ser respeitado um período de abstinência sexual (sem ejaculação) de 3 a 5 dias. A amostra ejaculada deve ser colhida na sua totalidade para um recipiente estéril. A colheita é efetuada por masturbação – evitar o coito interrompido, bem como o uso de preservativos e qualquer tipo de lubrificantes íntimos e/ou espermicidas.
Sim, mas não é o procedimento ideal. O ejaculado tem de ser avaliado até 30 minutos após a colheita e não devem existir variações térmicas no transporte, recomendando-se que no transporte até ao Centro de Reprodução, seja mantido junto ao corpo para evitar ao máximo essas variações.
Assim, é recomendável que a colheita seja feita nas instalações do Centro de Reprodução onde habitualmente existe uma área reservada e tranquila para o efeito, sendo possível a utilização de estímulos auditivos e visuais de caráter erótico/sexual, a fim de permitir uma estimulação adequada que promova a obtenção do orgasmo e ejaculação
Assim, apenas facilitamos esta regra em situações muito específicas em que haja dificuldades por parte do homem na obtenção do ejaculado em ambiente fora do local de conforto. O recipiente para a colheita é estéril e fornecido pelo Centro de reprodução, mas pode também ser obtido em uma farmácia um contentor básico de colheita de urina.
Se a análise do esperma for normal de acordo com os critérios da OMS, um único teste é suficiente. Em qualquer outra circunstância, são sempre necessários pelo menos 2 espermogramas para aferir da estabilidade e validação do exame. Se os resultados forem anormais em pelo menos dois testes, uma investigação andrológica adicional é indicada. É importante diferenciar entre os seguintes achados:
Nenhum dos parâmetros individuais do esperma (por exemplo, concentração, morfologia e motilidade) é diagnóstico per se de infertilidade. Frequentemente, todas as três anomalias ocorrem simultaneamente, o que é definido como síndrome de oligoastenoteratozoospermia (OAT).
Tal como na azoospermia (ou seja, a ausência completa de espermatozoides no ejaculado), em casos graves de oligozoospermia (espermatozoides < 5 milhões/ml), existe um aumento da incidência de obstrução do trato genital masculino e anomalias genéticas. Nesses casos, uma avaliação mais abrangente do perfil hormonal pode ser útil para diagnosticar de forma mais precisa e diferencial as diferentes condições patológicas.
Sim, é mais frequente do que habitualmente relatado. Não sendo uma situação comum, há casos em que a pressão de “ter de cumprir” para fornecer uma amostra do ejaculado pode psicologicamente inibir o processo orgástico e assim impedir a obtenção da amostra. Nestas situações de grande stress, sugere-se a presença da companheira para uma melhor estimulação erótica, e também para ajudar no componente de relaxamento físico e/ou psicológico. Excecionalmente, o local de colheita pode ser a habitação própria ou um quarto de hotel, onde as condições de “ambiente adverso” podem ser diluídas. Estar nervoso, stressado ou inibido não vai alterar os resultados analíticos do exame.
Pode consultar o preçário do CETI aqui.
O resultado em si do exame não sofre alterações. No entanto, se a disfunção erétil for moderada/severa, pode existir uma dificuldade aumentada em alcançar o orgasmo e ejaculação. O seu médico Urologista/Andrologista, terá a capacidade de o ajudar a ultrapassar esta situação, bem como outras que possam surgir nesta altura ou que já estejam presentes previamente.
Não, não tem qualquer relevância. Mesmo os homens com ejaculação prematura documentada não exibem valores diferentes nos parâmetros do espermograma, quando comparados com homens que se apresentam dentro dos padrões gerais do chamado tempo ejaculatório “normal”.
Em situações muito particulares, o corpo clínico do Centro de Reprodução pode solicitar uma colheita de esperma muito próxima da anterior. No entanto, como situação standard, a próxima colheita deve respeitar o tempo habitual de abstinência sexual (3 a 5 dias).