Criopreservação de Ovócitos

A criopreservação de ovócitos permite a preservação da fertilidade de mulheres que pretendem adiar a maternidade, através de uma técnica de congelação rápida – a vitrificação de ovócitos.

Após estimulação dos ovários e punção folicular, os ovócitos recolhidos são tratados em laboratório e criopreservados para uso futuro.

Este procedimento está indicado para mulheres com doença oncológica ou não oncológica, a quem não é indicado engravidar no momento e cuja fertilidade poderá ficar comprometida no futuro.

A criopreservação de ovócitos é também uma opção para mulheres saudáveis que pretendem adiar a maternidade por qualquer razão.

Sobre a Criopreservação
de Ovócitos

A criopreservação de ovócitos está indicada em casos de mulheres com doenças oncológicas ou outras que impliquem tratamentos que poderão afetar a sua fertilidade futura, como é o caso da quimioterapia. No caso da mulher com doença oncológica, é importante avaliar o tempo que se dispõe até ao início do tratamento de quimioterapia e obter a avaliação e concordância do médico oncologista. 

Esta técnica está indicada também para mulheres saudáveis que, por motivos pessoais e/ou profissionais, pretendem adiar o seu projeto de maternidade para idades mais tardias, oferecendo assim uma possibilidade de preservar o seu potencial reprodutivo.

 

O processo de criopreservação de ovócitos implica várias etapas, iniciando-se pela consulta médica e definição do protocolo a utilizar, passando para a estimulação dos ovários com posterior punção folicular e tratamento laboratorial dos ovócitos recolhidos, culminando na criopreservação dos mesmos.

Consulta médica

É feita uma avaliação da paciente recorrendo a exames e análises hormonais e definido o protocolo de estimulação ovárica a seguir;

Estimulação ovárica

Ao 2º ou 3º dia do ciclo menstrual é iniciada medicação hormonal que irá provocar o recrutamento e crescimento de vários folículos ao mesmo tempo. É feito um controlo ecográfico regular para verificar o número e dimensões dos folículos em crescimento. Uma vez atingido o tamanho folicular ótimo, é programada a toma de uma medicação que irá desencadear a maturação final dos ovócitos contidos nos folículos. Após 36h da administração desse fármaco, é realizada a punção folicular;

Punção folicular

Procedimento cirúrgico rápido, feito sob sedação e por via vaginal, durante o qual é aspirado o líquido de cada folículo;

Seleção dos ovócitos

O líquido folicular obtido é observado no laboratório e são recolhidos os ovócitos. Estes são avaliados quanto ao seu grau de maturidade e apenas os ovócitos maduros são selecionados para criopreservação;

Vitrificação

Os ovócitos selecionados são criopreservados em dispositivos designados por palhetas, utilizando a técnica de vitrificação. As palhetas são armazenadas em contentores de azoto líquido, onde permanecem até à sua utilização.

Em tempos, a criopreservação de ovócitos era realizada recorrendo a técnicas de congelação lenta que, pela especificidade celular dos ovócitos, nos oferecia muito poucas garantias e taxas de sobrevivência ovocitária abaixo do esperado. O desenvolvimento da técnica de vitrificação, um método de congelação ultra rápida, permitiu uma grande evolução na criopreservação dos gâmetas femininos.

A vitrificação permite que a água, presente em grande quantidade no ovócito, seja substituída por soluções crioprotetoras. Esta substituição protege as membranas do ovócito e evita a formação de cristais de gelo no seu interior, o que provocaria a morte celular. O ovócito está assim preparado para resistir às baixas temperaturas a que será sujeito, uma vez que o passo seguinte será arrefecer os ovócitos muito rapidamente a temperaturas de -80oC e armazená-los em contentores de azoto líquido (-196oC).

 

A taxa de sobrevivência dos ovócitos após vitrificação situa-se acima dos 90%. No entanto, existem fatores que vão influenciar a utilização destes ovócitos criopreservados, nomeadamente, a qualidade ovocitária.

Por outras palavras, os ovócitos que foram criopreservados têm uma alta probabilidade de sobrevivência, mas se a sua qualidade estiver alterada, a sua utilização, ou seja, fertilização e posterior desenvolvimento embrionário, poderá estar comprometida.

Assim sendo, importa referir que a taxa de sucesso da criopreservação dos ovócitos é elevada mas que o objetivo final – a gravidez – irá depender de muitas outras condicionantes.

A qualidade dos ovócitos é afetada por vários fatores, sendo o mais preponderante a idade da paciente. Podemos dizer que quanto mais tarde for feita a criopreservação dos ovócitos, menor será a quantidade e a qualidade dos ovócitos recuperados.

Devemos ainda ter em atenção que a criopreservação de ovócitos nunca é uma garantia de gravidez futura. Pelo que o adiamento da maternidade deve ser um assunto discutido com o médico para entender os riscos que acarreta.

 

Chegada a altura de utilizar os ovócitos que tem criopreservados, estes serão descongelados e fertilizados através da Microinjeção Intracitoplasmática de Espermatozoide (ICSI). Os embriões obtidos serão mantidos em cultura durante 3 a 5 dias e depois transferido(s) o(s) de melhor qualidade para o útero.

 

Perguntas frequentes

O potencial reprodutivo da mulher começa a diminuir a partir dos 35 anos e sofre uma queda abrupta a partir dos 40 anos. Isto significa que a quantidade e qualidade dos ovócitos diminui, o que poderá comprometer o sucesso da técnica de criopreservação e posterior fertilização dos ovócitos. Pelo que o momento para a criopreservação de ovócitos deve ser discutida caso a caso com o seu médico, tendo em conta que quanto mais tarde for feita, menores são as probabilidades de sucesso.

Segundo a atual Lei Portuguesa, os ovócitos podem permanecer criopreservados por um período de 5 anos, findo o qual a paciente terá de assinar novo consentimento para manutenção da criopreservação por um novo período de 5 anos.

Nenhuma técnica de Procriação Medicamente Assistida poderá garantir uma gravidez. A criopreservação de ovócitos funciona apenas como uma reserva de gâmetas femininos para utilização futura, não podendo ser garantido o sucesso da técnica.

A punção folicular é um procedimento cirúrgico, ainda que pouco invasivo, mas que requer uma sedação pelo que é recomendado repouso no dia do procedimento e que evite esforços físicos nos dias seguintes.

Após conclusão do procedimento em laboratório, será informada de quantos ovócitos foram criopreservados e será agendada uma consulta médica para discutir a necessidade de repetir o procedimento para aumentar a reserva de ovócitos criopreservados.

Poderá consultar o preçário do CETI aqui.

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