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Infertilidade: Não desista de ser mãe

A infertilidade pode ser tratada ou ultrapassada recorrendo a tratamentos médicos, cirúrgicos ou de Procriação Medicamente Assistida. Saiba o que são cada um deles.

 

O desejo de ser mãe que uma mulher carrega em determinada altura da vida é apenas o início de uma viagem que, por vezes, pode ser sinuosa e desgastante. O que começa num ato de amor pode chegar a uma fase de provação e deceção.

Em Portugal, um estudo realizado pelo Centro de Estudo e Tratamento da Infertilidade aponta uma incidência da doença de 9 a 10%”

A nível mundial, estima-se que a infertilidade afete cerca de 15% dos casais em idade reprodutiva e, em Portugal, um estudo realizado pelo CETI, Centro de Estudo e Tratamento da Infertilidade, designado AFRODITE (2009), aponta uma incidência da doença de 9 a 10%. Mas os números só tornam a viagem menos solitária. Já a ciência possibilita a realização do sonho de ser mãe.

 

Há 24 anos que o CETI, Centro de Estudo e Tratamento da Infertilidade, se dedica à doença, estando habilitado para a realização de tratamentos médicos, cirúrgicos ou de Procriação Medicamente Assistida.

 

Como defendem as embriologistas Dra.ª Ângela Ribeiro e a Dra.ª Beatriz Vieira, do CETI, “a infertilidade pode ser tratada ou ultrapassada recorrendo a vários tipos de tratamentos, consoante o tipo de diagnóstico”. E isso leva-nos ao início: não desista de ser mãe, uma vez que as técnicas existentes para tratar a infertilidade estão cada vez mais evoluídas, permitindo a mais pessoas ter um filho.

 

Nos tratamentos de Procriação Medicamente Assistida (PMA) existem quatro técnicas: inseminação intrauterina (IIU), fertilização in vitro convencional (FIV), injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) e transferência de embriões criopreservados (TEC).

 

A inseminação intrauterina, tratamento de primeira linha, consiste na deposição de espermatozoides na parte superior da cavidade uterina. Embora os constantes progressos no tratamento das amostras de sémen, que permitem a recuperação dos melhores espermatozoides, a probabilidade de êxito desta técnica continua a ser inferior quando comparada com as demais técnicas de PMA.

 

Como tratamentos de segunda linha, sendo mais invasivos, mas com maior probabilidade de sucesso, surgem a fertilização in vitro convencional e a injeção intracitoplasmática de espermatozoides.

 

Nestas duas técnicas é necessária a recolha de ovócitos através de uma pequena cirurgia de ambulatório sob sedação, designada de punção ovárica.

 

Contudo, na fertilização in vitro convencional a fertilização ocorre naturalmente na incubadora, sem intervenção do embriologista clínico, já a injeção intracitoplasmática de espermatozoides exige recursos técnicos que permitem que um espermatozoide previamente selecionado seja injetado no interior do ovócito.

 

Em ambos os tratamentos, após a fecundação, os embriões são colocados em cultura até ao dia da transferência para o útero materno e/ou até ao dia da congelação para serem utilizados em transferência posterior, transferência de embriões criopreservados (TEC).

 

“Estas técnicas podem ser feitas com as células reprodutivas (gâmetas) dos próprios, ou pode recorrer-se a gâmetas de dadores, quando necessário”, realçam as embriologistas do Centro de Estudo e Tratamento da Infertilidade, sediado no Porto.

 

Em Portugal, as técnicas de PMA estão disponíveis não só para casais com infertilidade, mas para todas as mulheres, independentemente do diagnóstico, de acordo com a Lei n.º 17/2016.

Para o seu êxito, sublinham as embriologistas Dra.ª Ângela Ribeiro e a Dra.ª Beatriz Vieira, além do empenho da equipa clínica, é fundamental o total envolvimento do utente para que todas as decisões sejam tomadas de forma clara e informada.

 

Pode consultar esta entrevista na íntegra no website do Jornal Observador, a quem agradecemos o excelente trabalho apresentado.