Os principais tratamentos para a infertilidade

Segundo a OMS, a infertilidade define-se como uma “doença do sistema reprodutivo que leva à ausência de conceção após 12 meses ou mais de relações sexuais regulares e desprotegidas”.

 

A infertilidade pode ser tratada ou ultrapassada recorrendo a vários tipos de tratamentos, consoante a gravidade do diagnóstico.

Tratamentos de procriação medicamente assistida

Desta forma, surgem atualmente várias alternativas que vão desde as farmacológicas, às cirúrgicas ou até mesmo aos tratamentos de procriação medicamente assistida (PMA). Dentro desta categoria encontram-se as seguintes técnicas: inseminação intrauterina (IIU), fertilização in vitro convencional (FIV), injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) e transferência de embriões criopreservados (TEC).

 

Todas as técnicas enumeradas anteriormente podem ser aplicadas em dois tipos de ciclos menstruais: naturais não medicados ou estimulados com recurso a fármacos. Esta última opção permite uma maior recuperação de ovócitos e aumenta assim a probabilidade de sucesso do tratamento.

Principais tratamentos de infertilidade

Relativamente aos vários tratamentos disponíveis, a inseminação intrauterina (IIU) é utilizada frequentemente como tratamento de primeira linha dado o seu carácter minimamente invasivo. Neste procedimento a barreira natural do sistema reprodutor feminino é ultrapassada através da deposição dos espermatozoides de melhor qualidade na parte superior da cavidade uterina.

 

Apesar dos constantes progressos no tratamento das amostras de sémen, que permitem a recuperação dos melhores espermatozoides, o que consequentemente contribui para o aumento das taxas de sucesso da IIU, a verdade é que a sua probabilidade de êxito continua a ser inferior comparativamente à das outras técnicas de PMA.

 

Como tratamentos de segunda linha, surgem a fertilização in vitro convencional (FIV) e a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) que são técnicas mais invasivas comparativamente à IIU e em que o principal objetivo é conseguir mimetizar em laboratório o que se passaria no sistema reprodutor feminino.

 

Ao contrário do que acontece na IIU, na FIV e na ICSI é necessária a recolha dos ovócitos. Para tal, é realizada uma pequena cirurgia de ambulatório sob sedação, designada punção ovárica.

 

Na FIV, após tratamento dos ovócitos e dos espermatozoides, a fertilização ocorre naturalmente na incubadora, sem intervenção do embriologista clínico. Por sua vez, a ICSI é um processo mais invasivo, com necessidade de vários recursos técnicos, que permitem que um espermatozoide previamente selecionado seja injetado no interior do ovócito.

 

Em ambos os tratamentos, após a fecundação os embriões são colocados em cultura até ao dia da transferência para o útero materno e/ou até ao dia da congelação dos mesmos para serem utilizados em transferência posterior (TEC – transferência de embriões criopreservados).

 

Estas técnicas podem ser feitas com as células reprodutivas (gâmetas) dos próprios, ou pode recorrer-se a gâmetas de dadores, quando necessário.

Taxas de sucesso

As taxas de sucesso da FIV e da ICSI dependem de múltiplos fatores, variando entre 20% e 60%.

 

Por fim, é importante referir que para o sucesso dos tratamentos de infertilidade é crucial a existência de um grande empenho por parte do corpo clínico, de forma a que os esclarecimentos e aconselhamento sejam feitos ao longo de todo o processo.

 

No entanto, é também fundamental que exista um grande compromisso por parte do utente para que sejam tomadas decisões claras e informadas durante todo o tratamento com vista à tão aguardada e desejada gravidez.